Hipnose: um acelerador de resultados.
A hipnoterapia vem ganhando cada vez mais destaque no cenário terapêutico, não apenas como uma técnica isolada, mas sim como um acelerador capaz de potencializar diferentes abordagens psicoterapêuticas.
É comum ouvirmos, dentro da hipnose, que a hipnoterapia não é uma abordagem terapêutica, mas sim um acelerador de terapias — e, de fato, é isso mesmo. E o que faz com que a hipnose acelere a terapia não é o estado de transe, mas sim os potenciais fenomenológicos que a hipnose proporciona e que podem acelerar um processo terapêutico.
Como hipnólogo, não é difícil ouvirmos a antiga história de que Freud abandonou a hipnose. Porém, o que muitas pessoas que afirmam isso não sabem é que a forma que Freud utilizava a hipnose em sua época é muito diferente da forma como usamos hoje em dia. Inclusive, temos métodos atuais da hipnoterapia que são frutos do desenvolvimento do trabalho de Freud, como por exemplo a Hipnoanálise desenvolvida por Watkins, que é uma forma de regressão de memória.
Hoje, por meio de artigos robustos de meta-análise, sabemos dos diversos benefícios que a hipnose pode trazer em nível de sucesso para o processo terapêutico, fazendo com que muitos movimentos terapêuticos possam ser feitos de forma muito mais rápida e sem a necessidade de um processo tão longo.
Atualmente, falando apenas sobre o Brasil, temos diversos conselhos de classe que regulamentam e indicam o uso da hipnose em sua prática, como por exemplo os conselhos de Psicologia, Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Odontologia, entre outros — fazendo com que a hipnose tenha pleno reconhecimento no meio acadêmico, além de muitas evidências e comprovações por meio de artigos e experimentos.
Joseph Wolpe, o criador da clássica técnica da “Dessensibilização Sistemática”, na década de 50, usava hipnose dentro da técnica da dessensibilização e obtinha muito sucesso devido à grande alteração fisiológica que a hipnose promove. Apesar disso, ele abandonou os estudos da técnica com hipnose devido à escalabilidade e à possível associação que alguns poderiam fazer com a ideia de placebo ou sugestão.
Enquanto muitos profissionais que ainda não conhecem bem a hipnose acabam por desconsiderá-la, diversos grandes nomes criadores de abordagens da psicologia se apoiaram inicialmente na hipnose para desenvolver seus trabalhos, como por exemplo Breuer, Freud, Carl Jung, Skinner, Wolpe, Pavlov, Charcot, William James, Hans Eysenck, Pierre Janet, Sándor Ferenczi, Albert Ellis, Clark Hull, entre outros.
Qualquer profissional das áreas da psicologia, terapias ou coaching pode ter benefícios ao associar a hipnose ao seu trabalho, encurtando muitos dos seus processos e atuando diretamente em nível inconsciente e nos automatismos do cliente.
A hipnoterapia não encurta um processo terapêutico porque “corta caminho”, mas sim porque permite que utilizemos caminhos diferentes dentro do processo terapêutico — caminhos que, fora da hipnose, dificilmente conseguiríamos acessar. Com a hipnose, conseguimos gerar experiências alteradas de realidade, assim como promover manejo e controle da fisiologia e de alguns processos involuntários do corpo do cliente, além de alguns processos cognitivos mais automáticos.
Com a hipnose, conseguimos ter manejo e controle de processos involuntários, ativando ou desativando partes diferentes da experiência, podendo acessar memórias sem o conteúdo emocional, assim como gerar novos condicionamentos de forma rápida, criar realidades por meio de alucinações que servem para terapia de exposição e, principalmente, realizar o manejo dos estados do corpo — causando uma alteração muito forte na fisiologia e no estado do cliente. Isso torna a hipnose um processo muito eficiente para qualquer terapia que envolva exposição e dessensibilização.
Então, na prática, ao termos facilidade em alterar a fisiologia, gerar experiências e acessar informações e associações, acabamos encurtando — e muito — processos terapêuticos de diversos tipos, como por exemplo (e principalmente) a TCC com abordagens expositivas, assim como a Gestalt-terapia, a Psicanálise, a Terapia do Esquema, a Terapia Corporal e diversas outras.
Ao passar a utilizar sua abordagem terapêutica em conjunto com a hipnose, além de resultados mais rápidos e consistentes, você também verá menos resistência, terá mais confiança e passará a utilizar os recursos e potenciais internos do seu cliente de forma mais criativa e personalizada.
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